“Cheira a…” Uma sensação invade todo o seu corpo. Lembra-se, imediatamente, de uma pessoa, de uma situação. Já aconteceu consigo? Perceba porque é que o cheiro – e o olfato – é tão importante na nossa vida.
Vai na rua, focado na sua vida, perdido nos seus pensamentos, quando alguém passa por si e, de repente, sente um cheiro que reconhece. Um aroma que é magnético para os seus sentidos. É como se entrasse por todos os poros, lhe enchesse os pulmões e, sem qualquer controlo, desperta memórias. Memórias que lhe são queridas e já julgava apagadas, esquecidas, algures no baú das recordações. Sente-se transportado para aquele momento, aquela situação da sua vida. É como se estivesse lá, a sentir tudo outra vez. O perfume do seu primeiro amor? O cheiro do bolo feito pela sua avó? Do blusão preferido do seu avô, que sentia quando se sentava no colo dele? O cheiro da casa de férias a lembrar o verão? Dos lençóis acabados de pôr na cama? Do gel de banho que usou naquela viagem? Da camisola quentinha com que passava tardes de chuva no sofá?
Isto já aconteceu consigo. Acontece com todos. Existe um estímulo, que desperta os nossos sentidos, e uma reação. O nosso cérebro responde automaticamente. Não podemos controlar. E é inegável que o cheiro é um dos sentidos que mais despertam emoções. Segundo Harold McGee, cientista que estuda há décadas o impacto do olfato na nossa vida, em entrevista à BBC, “poucos sentidos são mais íntimos” do que este. E dá como exemplo: “Durante a infância, quando experimentamos a comida preparada pela nossa mãe, que é uma pessoa determinante para a nossa existência, o nosso cérebro vai registar esse momento e esse cheiro vai estar sempre associado a conforto, amor, segurança e cuidado.”
Já de acordo com um estudo da Universidade de Utrecht, na Holanda, citado pela BBC, este fenómeno é explicado pela “proximidade entre o centro de processamento de cheiros e as regiões que controlam emoções e memórias no cérebro”. Na prática, o nosso cérebro está sempre a percecionar o mundo em redor e vai interpretando e fazendo associações, com base nas experiências que temos.
Apesar de, na maioria das vezes, estas memórias serem despertadas por estímulos que não conseguimos controlar, a verdade é que também é possível criá-los. De acordo com algumas estratégias de mindfulness, associadas ao coaching e à programação neurolinguística (PNL), podem ser desenvolvidas “âncoras” através das quais despertamos estas sensações. Na prática, são pontos acessíveis no nosso corpo – por exemplo, o nó do dedo –, nos quais podemos carregar de cada vez que temos uma sensação positiva como confiança, segurança, autoestima, conforto.
Esta “âncora” vai sendo carregada como se de uma bateria se tratasse e podemos recorrer a ela de cada vez que precisamos dessa sensação. Estas âncoras podem ser no nosso corpo ou exteriores a nós. Se sentir mais confiança com uns saltos altos ou um batom vermelho, isso também é uma âncora. Se o cheiro da roupa lavada ou da sua camisola de lã lhe traz uma sensação de conforto é outra âncora. Depois é só encontrar formas de “carregar” esta âncora. Na roupa, por exemplo, basta utilizar o novo intensificador de perfume da Comfort e as sensações permanecem. Os seus aromas preferidos vão durar mais tempo – tal como as suas emoções. Perfume a roupa, a casa, a vida.